quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Navegação Miguéis

 Rebocador Taquari 


Em 1925, os irmãos João Luiz Migueis, Serafim José Migueis e o primo Zeferino de Matos fundaram a Empresa de Navegação Migueis.
Esta empresa atendia o transporte de cargas e passageiros para: Cuiabá, Cáceres, Coxim, Miranda e Porto Murtinho. Meu pai João Luiz Migueis contava sempre, como foi difícil o começo. Os três sócios revezavam semanalmente entre: timoneiro, máquina e cozinha. Eu era o seu companheiro de viagem, por isso, estou mais ligado à história da empresa.  O meu pai dizia: o que tem de pequeno, tem de valente. A empresa despachava três navios por semana para Cuiabá.  Rebocando duas chatas: Descalvado e Nhecolândia, com  capacidade de 200 a 300 toneladas de carga cada uma.
Como me enche de tristeza, a recordação do auge da navegação e o fim que as lanchas tiveram.
Para surpresa minha, no mês de maio ultimo, recebo um telefonema do grande amigo Dr. Jorge  Rosemberg, convidando-me para colaborar com uma banqueta para o bar Rio Taquari.  Contou-me a história, que meu sobrinho João Luiz Migueis (nome de meu pai) havia comprado a popa do rebocador e que fizeram um belíssimo bar, no clube Marisco. Felicitando os idealizadores, pois, devem ao velho rebocador, um fim mais digno que o seu velho companheiro, Fernandes Vieira.
No início da guerra (Paraguai) e acabou num montuado de ferro velho, as margens do ferro velho, para ornamentar o Marisco, clube de nossa Marinha de Guerra e vais terminar onde começou o tem companheiro Fernandes Vieira.
Não me foi possível estar presente na inauguração, mas hoje, tive a satisfação em vê-lo no novo pedestal, onde diariamente será lembrado.
Confesso que neste momento, meu coração bateu mais forte e as lágrimas disfarçadamente rolaram pela minha face, lembrando que naquele espaço em que os taifeiros trabalhavam, o meu saudoso pai trabalhou na cozinha.

João Migueis

11-06-2001


Fotos enviadas por Domingos Junior 



Montevideo em Corumbá

Jório e chatas, no dia 08-04-1950 em Cuiabá 

Balsa Miguéis, travessia do rio Paraguai

Chata Ceará - Miguéis

Chata Santa Luzia- Munida de Camarões




Comboio da Bacia do Prata composto do Rebocador 'Candói' e das Chatas 'Tamoio' e Tupi', 

Comboio da Migueis & Cia composto do Rebocador Ipiranga e Chatas Liberdade e Paraná, 1949




Hidroavião no rio Cuiabá em 1939, aparecendo ao fundo a Lancha 'Cidade de Corumbá' navegando 

Lancha Guaporé e o batelão para desembarque de passageiros - Migueis


Lancha Rio Taquari, com a chata descalvados a estibordo - Migueis


Navio a Motor Cidade de Corumbá, com a chata Mondego - Migueis

Navio a Vapor Fernandes Vieira a bombordo - Migueis

Navio Bermejo

Navio Brazil, Montevideo-Corumbá

Navio Campos- Montevideo - Corumbá

Navio Fernandes Vieira

Navios ancorados no Porto de Corumbá, em 1.912, vendo a 1ª vista o navio Murtinho




Travessia do Rio Paraguai em Batelão





Rebocador Santo Antonio

Lancha Rio Minho








Porto de Corumbá, aparecendo a séde e as embarcações da Bacia do Prata-década de 40



Porto de Corumbá na década de 1910





Porto de Corumbá com as embarcações ancoradas

Ponte Julio Müller na cheia de 1974 do Rio Cuiabá, no ponto máximo até então registrado



Causos #1

Jango e Junior na casa de Jane Blanche em Cuiabá em 1970




Em 1969 eu e Jango servimos o Exercito Brasileiro. Eu na 2a Companhia e Jango na CCS (Companhia de Comando e Servico). Em frente ao 17o Batalhao de Caçadores havia um campo de futebol. Nao havia muro. O que separava o Batalhao da rua era uma cerca de arame farpado. No canto direito do campo havia um grande portão. Era a entrada da garagem das viaturas do Batalhao. Num domingo, havia um campeonato de futebol e o Jango estava de guarda nesse portão. O hoje meu cunhado, na epoca soldado Metran comecou a brincar com o soldado Migueis da CCS. Este de servico e armado, puxa a alavanca do fuzil e destrava a mesma dizendo que ia atirar. O Metran abraça o Jango e comecam a aloitar. A arma dispara e os dois caem cada um para um lado. O Subtenente Cruz que morava em frente ao Batalhão e estava sentado na calcada, ao ver a cena e os dois caidos, saiu correndo rasgando a calça e, o pior, a cueca acreditando estarem os dois mortos. Nao estavam. Só assustados e brancos que nem cera incolor. Resultado: foram recolhidos ao xadres, lá passando 30 dias de cadeia sem serviço. (Nao saia para nada, nem banho de sol).
O Subtenente Cruz rasgou a calca e a cueca ao encurtar caminho passando pela cerca de arame farpado.

Mais histórias dos Miguéis 02



Estou te enviando uma das raríssimas fotos que tenho do meu avô Francisco de Castro, conhecido por nós como “Vô Chiquito”.
Como você deve ter notado, essa história dos meus antepassados sempre foi um tabu perante meu pai (Darci de Casto) e seu irmão (Dahir de Castro). Acho que agora que ambos estão com mais de 75 anos  e vendo que a história vai acabar com eles, estou conseguindo algumas Informações adicionais. Bem, na realidade me sinto muito frustrado, pois descobri na realidade meu sobrenome “Castro”  foi um “empréstimo” dado à minha bisavó D. Rosa. Quando nasceu meu avô, não havia condições de colocar o sobrenome do pai (parece que por pressões familiares daquela época) e o sobrenome “Castro” foi emprestado pela família para quem ela trabalhava com doméstica (lógico que com o consentimento deles), e assim esse sobrenome se perpetuou....
Posteriormente minha bisavó mudou-se para Andradina e depois para Bauru, onde ficou até sua morte. Meu pai disse-me ontem que seu avô (Serafim) vinha cerca de duas vezes ao ano para Bauru para visita-los e que só interrompeu esse ciclo de visitas
Após a falência da companhia de navegação da sua família. Gostaria de saber se alguém da sua família possui alguma foto do meu bisavô. Como você irá notar, meu avô era bem moreno (sua mãe era filha de escravos), porém tinha olhos verdes bem brilhantes (do pai??).
Marcelo de Castro

Carta de Natal

Minhas Queridinhas, Dani e Gabi

Fiquei muito surpreso em ouvir suas lamurias, querendo saber da minha existência.
Minhas adoráveis crianças, eu existo  aqui no céu. Olho e protejo todas as crianças  e admiro mais aquelas que amam seus pais,  as que são obedientes, estudiosas e principalmente aquelas que olham para as crianças pobres,  não lembram de mim somente no natal pedindo presentes.
Quero que vocês sejam humanas, que ajudem as crianças necessitadas.
Façam isso durante o ano todo e perseguem com seus corações, estarei vendo e vou dando tudo que vocês precisam no lar.
Amem seus pais, os necessitados e estudem, o resto eu completo.Felicidades.
Noel, Pai de todos!

24-12-2002

João Miguéis

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Obrigado meu Deus!






Em novembro de 1942, voltava eu, de férias e vinha pensando como seria a minha vida em Corumbá, pois a minha querida mãe, falecia em março deste ano.
Já não tinha meu doce lar, não tinha mais aquela que  sempre me recebia com os braços abertos comemorando a minha volta.
Fui morar com a mana Maria, casada com Gregório Curvo e lá me senti muito bem.
Lá já estavam morando Dalva, Jurandir e Joaquim, meus irmãos menores.
Voltamos ao  dia de minha chegada, numa quarta-feira, às 10:30h e juntos vínhamos: o meu sobrinho Rubens Faro  e o colega João Esteves de Lacerda.
Naquele tempo o navio Fernandes Vieira ancorava quase no meio do rio. De lá para cá vínhamos de chalana e quando descemos na praia, vi um grupo de alunas do Colégio Imaculada Conceição, lideradas por Ana Lacerda que vinha receber o seu irmão João Lacerda.
Entre as jovens, vi Marília, que estava  toda bonita e alegre em seu uniforme branco.
Trocamos uns olhares que foram o inicio do nosso namoro, que veio a se confirmar no carnaval de 1943, nessa época, tínhamos 18 anos e neste mesmo anos noivamos  e em 27de abril de 1944 casamos. Criamos 10 filhos, 28 netos e 13 bisnetos.
No dia 27 de abril de  2002 estávamos completando 58 anos de feliz união.
Montamos um lar, que é um reino das nossas almas, onde nossos corações buscam a benção da paz e a alegria de viver, é um templo cujo altar vivo, o Senhor nos situa o espírito para o aprendizado humano.
É ou não é  a proteção divina em nos conseguir que  passássemos as nossas juventudes juntos, quando os filhos (todos sadios e vivos) netos e bisnetos e estamos envelhecendo juntos até que a morte nos separe.
OBRIGADO MEU DEUS! OBRIGADO MEU DEUS!

E MAIS UMA VEZ: OBRIGADO MEU DEUS!

João Miguéis